Ele corria
Era choro
Era socorro
talvez
Era veneno
Um ar pequeno
Em seu pulmão
por vez
Ele fingia
De quebra
que não
Mas alguém avise
A queda por vezes
passa do chão
Tinha um medo puto
Um olho breaco
Um olhar astuto
Um olhar de luto
meio de lado
Chovia então ele parou e viu e ouviu a vida que exigia aflita da morte a saída do seu coração a-morte-dele-era-dele-tão-dele-que-dissesse-não nem ouviria
Deu de ombros
Morte diz à vida
simbora pula fora minha filha aqui dentro tem é dor fosse outro em outra tava morto esse tem sorte
Vida diz à morte
amarga suja não é nada mal amada ele tem força ele tem garra ele tem mágica tem mão e pé e chão tem céu e mãe e mel anel grinalda e véu - você tem dor amarga suja dá-me agora que esse é meu
mas vai morrer aconteceu - fazer o quê
fazer o quê vou te falar por A mais B...
E discutiram até o amanhecer que chegou cedo e o menino não chorava reclamava o céu azul as borboletas e o café que não saía
A vida vence a morte mais um dia