"Debaixo d'água tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar.
Mas tinha que respirar, mas tinha que respirar... todo dia"

Arnaldo Antunes

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Desculpa aí galera!

Este post é de cunho extremamente pessoal!

Análise

Ultimamente tenho observado com muita curiosidade esta obra intitulada Upside Down (de ponta cabeça) do grande artista espanhol Joan Miró, nascido no fim do século XIX. E gostaria de aqui explanar um cadim sobre as relações desta obra em minha vida!

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1º) textura de papiro:

Descrição: comecemos pela base! Rústica, repleta de nuances e (belas) texturas. Cores aconchegantes e confortáveis. Estáveis ao passo que imprevisíveis e assimétricas.

A relação: desejo de conforto, estabilidade. A busca pelo aconchego, um lugar que possa chamar de meu. No entanto o desafio; sempre o desafio, sempre a busca pelo novo.

2º) as cores:

Descrição: para um olhar leigo, cores infantis! Primárias com excessão do preto e do verde. Mas basta um olhar um pouco mais profundo para entender que o simples azul, é na verdade azul cobalto. O vermelho é coral. O verde é musgo e o amarelo pastel. Cores que não são fáceis de serem produzidas e tampouco combinadas sem que nada pese demais ou fique de fora da homogenia proposta – Miró o fez com maestria!

Obs.: notem que os lados esquerdos do que seria o peito de cada figura tem maior incidência de vermelho.

A relação: o desejo do não óbvio! Mas atenção, do não óbvio se encarado a fundo, não num primeiro olhar, neste, só o que deve ser ostentado é a sutileza da existência, algo simples, mas que quando visto a fundo torna-se algo deglutível, instigante e mergulhável. O preto são lacunas e mistérios… coisas a serem desvendadas – ou não! A simples existência do mistério torna tudo muito mais real!

3º) as formas abstratas:

Descrição: obra rica em curvas, retas e ângulos, linhas soltas e formas isoladas.

A relação: fluência, serenidade, caminhos diversos, idas e voltas e idas, idas sem volta, tribulações, paixões, fogo, calma! Caminhos soltos percorridos por diversos universos ardentes, calmos, misteriosos, infantis e orgânicos. Extremismos, objetividade, ação, altruísmo, teimosismo e muita força.

4º) as formas concretas:

Descrição: segundo minha ótima, se analisarmos concretamente temos aí alguns elementos. No entanto, estas mesmas imagens podem ser milhões de outras, logo, prefiro converger as questões e relações a seguir num mesmo ponto de vista. As imagens são:

- duas pessoas

- um sol

- uma estrela

- um gato

- uma criança

A relação: de início, uma imagem de família. Juntos, num ambiente favorável, de temperatura favorável, fazendo companhia e tornando-se auto suficientes. Mas, sob outra ótica, estão invertidos, denota conflito, em contraponto são praticamente um; amor. Olham para direções diferentes; não compartilham as mesmas formas nem os mesmos objetivos, embora compartilhem as mesmas cores

Convergendo: ponho agora esses dois numa cama - no criado mudo ao lado, o telefone está no gancho e eles já não parecem dois opostos, parecem até mesmo se divertirem com o fato das direções opostas não afetarem em nada. O que poderia ser os braços do ser de ponta cabeça poderia representar agora chifres e trago o Diabo do tarô em questão: sexo, libido, hormônios, paixão, ambição, riscos – olhar direto em direção ao espectador; sem meias palavras. O outro olha na direção do sol, voltado para o lado superior esquerdo da tela – lúdico; emocional latente, sonhos, desejos, magia, coração, alma! Dois seres em absoluto vínculo! Um é diferente do outro, mas carregam as mesmas cores unidos pelo amarelo - única cor única da obra que se encontra no meio dos dois fechando um elo, uma união conquistada por eles. A imagem parece estar em movimento, sem lugares para manter em estoque o passado.

Tudo isso pode ter uma outra ótica se analisado de ponta cabeça como manda o “manual”. Mas em qualquer uma das direções, o que interessa é o fato de que a cor vermelha sempre estará lá; predominante do lado esquerdo dos peitos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quem poderá?


Quem poderá julgar o que se sente?

O que os olhos não podem ver...
...pois as nuvens cobrem um céu limpido.
Que um amigo deixei
Que amores conquistei
E nada foi suficiente
para o sol poder ver.

Quem poderá julgar o que se mente?
Dizemos palavras nobres
para um bom desempenho...
...que não nos deixa sair de dentro...
...da alma...
...de um cirandeiro e de um amor infantil
cumplice das brincadeiras de roda
e vivendo constantemente
numa inocência febril.

(Anjo Negro)

Queria saber quem escreveu isso! Tão lindo!
Lembram desse blog gente?
http:
//avessodopoeta.blogspot.com/

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

o estojo


Quando estava trabalhando no meu penúltimo emprego como estilista (coisa de dois anos atrás), ganhei um estojo da minha amiga pois tinha entrado no cursinho. Eu já sonhava em fazer cinema, mas um sonho muuuuuuuuuuuuito distante.
Um dia acabei me surpreendendo! Sei-lá por que cargas d'água fui ver o estojo e ele era do Instituto Criar de TV e Cinema. Muito ligado nessas coisas de "sinais" como sou, acreditei pela primeira vez que seria realmente possível e jurei pra mim q só usaria esse estojo quando estudasse cinema. Mas... a porra da tal da Roda Viva dá voltas e voltas e voltas e acabei usando o estojo para outras cousas, pois se fosse esperar até fazer cinema só usaria os fósseis do mesmo.
O tempo passou, e hoje, na aula, um cara que sentou do meu lado me surpreendeu elogiando meu estojo (o próprio), só daí me dei conta de que os tais "sinais" aconteceram... e lá estava eu, na aula de Direção, com meu estojo.

Obrigado a todos que torcem por mim!