"Debaixo d'água tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar.
Mas tinha que respirar, mas tinha que respirar... todo dia"

Arnaldo Antunes

sábado, 20 de dezembro de 2008


A coisa é assim, eu amo ele!!! Claro... quem não sabe! Deixo claro sempre. Parece que a coisa de falar e falar ajuda a dar uma amenizada! Como se você desse um pedacinho de bolo pra todo mundo até que com você só sobre uma forma vazia, muitas vezes com manchas dificílimas de se retirar, mas beeeeeeem leve!!!

O caso é que encheu! Como diz a Cyndi "quando o amor toma força, as pessoas enfraquecem", e fica indigesto! Daí qualquer coisa é motivo pra pensar a semana inteira:

Pegou na mão: meu Deus pegou na mão!!! Será que isso significa aquilo, ou aquilo significa aquilo ou...

Sorriu: aaaaah agora sim eu tenho certeza... tenho... pq se blá blá blá...

Postou: olha, essa linha... aquela linha... essa história de rosa eu conheço... (humpf)

Comentou: esse-disse-que-aquela-disse-que-aquilo-que-foi-dito-quando-disseram...

Como diz a Zélia "haja Deus pra tanto mistério"!!!

Isso qdo são coisas boas! E quando são ruins... minha Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!!!

Já fiquei meses sem passar em uns lugarezinhos em Osasco por causa de umas histórias!!! Orlas das praias então? Viraram pesadelos depois de certas confissões.

Já fiz o que pude, já corri atrás, já deixei estar, já dei tempo de respirar, já até pus em banho maria, já disse que começava do zero, já esperei pra ver onde ia parar e chega de guerra!

Como diz a Dido "there will be no white flag above my door"*. E nem na dele!!!

Então... bola pra frente que atrás vem gente! Mas não digo isso na maior das seguranças não!!! Me cago todo! Gosto muito da pessoa e dá medo sim, mas fazer o q? É uma tal de prisão, um troço doido. E pode tudo ser utópico! Pode ser que nada mais funcione como antes! Caminhos q divergem demais etc! Daí a pessoa fica sofrendo atoa (Marcela não ouse retrucar aquele comentário hem! E tampouco dizer que não seria capaz de agir tão previsivelmente - rs), credo! Vamos deixar acontecer as coisas né? O ano que vem tá aí! Chega dessa expectativa sem fim, ou saudade sei-lá que porra!

Hora de mudar de ares!!! Aproveitar o fim de ano e dar uma reciclada. Pq senão... de amor pra ódio é um/dois né? Fala aí?

Como diz Rosana Arbelo "que estando en la cuerda floja, no consige nada el que no se moja"**
*
*
*
Obs.: Se vc suspeita que esse texto é pra vc, não comente!

* não haverá bandeira branca sobre minha porta
** que estando na corda bamba, não consegue nada aquele que não se move
FUI DE GRAAAAAAAAÇA

Perguntas?





quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Meu aniversário

Em anexo segue o convite para o meu aniversário!!!
 
Entrada 20 reais!
 
Beijos a todos
 
 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Desabafinho atoa!

Como eu queria me cagar pra toda essa merda de status, entre outros como:

imagem / dinheiro / trabalho / carreira / fazer direito / ser alguém / ser bonito / comer todos / dar pra todas / chupar bem / ser educado / ser sensível / sincero / bom de cama / compreensível / coerente / objetivo / responsável / fiel / trabalhador / previnido / levantar cedo / dormir cedo / beber pouco / pensar antes de agir / dar satisfação / escrever direito / falar bonito / pensar nos outros / fazer exames / não engordar / não envelhecer e tomar sempre as atitudes corretas!!!



Queria que tudo isso (e muito mais coisas que não lembro agora) fosse pra casa do caralho!

Só queria minha mãe e meus amigos. Lugares maravilhosos e tempo para perder com absolutamente nada!!!

sábado, 15 de novembro de 2008


Cyndi Lauper

E não é que eu vi a mulher!!!

E ela estava linda!

E ela é extremamente simpática e profissional!

E ela canta e pula para caralho (aos 56 anos)!!!

Foi um show bem engraçado e emocionante! Primeiro que o tempo todo eu cantei com aquele puta nó na garganta! Foi desesperadoramente mágico!

O show começou com Change Of Heart, e em seguida eu gravei esse trechinho q vcs podem ver aí embaixo, mas minha câmera truqueira desligou no meio da música! Pelo menos dá pra ver como eu fiquei perto! No vídeo ela dá uma comida de rabo (q não foi a última do show - rs) pq a galera botava as coisas na frente e ela até chegou a tropeçar.

Incrível como ela se jogou no meio da galera! O povo tava se matando pra poder chegar perto, quase matava a coitada, mas ela foi várias vezes lá e não estava nem aí. Até que... quando ela já tinha voltado pro palco, no meio da música Money Changes Everything (se não me falha a porra da memória), após quase ter os punhos arrancados - rs - naquele mesmo lugarzinho onde ela aparece mais perto na filmagem abaixo, ouviu-se um grito dirigido para a banda: stop... stop... STOP!!! Ela parou a música no meio e pediu para as pessoas se afastarem um pouco dali, "é importante, pra trás garotos, pra trás". Um dos rapazes da equipe dela veio tentar falar com a galera e ela soltou um delicado "eles não falam espanhol, é português! Onde está meu amigo" - continuou - "cadê ele? Vem pra cá sobe aqui" (tudo isso ela falando em inglês né! Cê não achou q era português?!). Assim que o cara subiu, num clima total descontraído ela disse pra galera: 1- não se desesperem pq ela ainda ia descer várias vezes e 2- não nos matarmos uns aos outros na tentativa desenfreada de chegar mais perto, e apontou uma mulher! Daí eu entendi a preocupação, lá onde ela disse "stop", tinha uma mulher de uns 60 anos sentada sendo espremida, pisoteada, degolada, fatiada, assada e servida em pequenas porções! Depois de ter explicado direitinho, ela voltou ao microfone e não pode deixar de dizer: "mas não fiquem preocupados com isso, isso é rock! É completamente normal! 1, 2, 3, 4" e a música recomeçou! No meio da mesma ela voltou naquele cantinho, ela viu que a galera tava com vergonha de pegar na mão e fez um sinal tipo, "pode vir galera, não é pra tanto"!!! Sem falar no solo vocal da backing vocal dela, que super arrasou! Mas no fim da música a Cyndi mudou na hora o final, enquanto tocava ela cochichou alguma coisa no ouvido dela e as duas destruíram a casa num super acorde que, segundo a gelera que tinha ido no dia anterior, não aconteceu!

A música Shine tava fora da lista! Mas de tanto pedir ela tocou, e ainda na versão acústica que é beeeeeeeeeeeeeeeeeela! No entanto não estava ensaiada e ela parou a música no meio. "O que acontece?" Perguntou pro quitarrista. Conversaram uns segundos e ela continuou super sussa.

Até que chega a Time After Time! Linda!!! Todos nós em êxtase de mãos dadas balançando pra lá e pra cá, pra lá e pra c... de repente acaba a luz no Via Funchal!!! A-CA-BA, A, LUZ, NO, VIA, FUN-CHAL!!! Como assim? Fodeu! A mulher vai ficar puta! Não tem mais showwww! Dinheiro de volta, vuco-vuco pra sair e aquela porralhada toda! E eis que ela acende um celular no rostinho lindo dela, e abre um sorriso! Alguém traz uma lanterna, e ela começa a puxar toda a platéia para cantar com ela, num escuro absoluto, cantamos duas vezes o refrão da Time After Time, só na voz!!! Foi luxo! De repente a luz volta, mas o microfone não, ela já ia inventando outra coisa pra gente fazer qdo o microfone voltou. Só que nessa hora os intrumentos elétricos tinham desregulado! E ela foi afinando tudo! Aquilo foi o máximo!!! O apse do apse foi qdo ela falou pro cara na cabine umas coisas do tipo: reduz a força do botão um e sobe o dois! Entre outras coisas q não me lembro! Ela reafinou tudo, super de boa! E dá-lhe música!

Como palha, além da Shine ela tocou Rain On Me do novo CD (minha preferida dele por sinal), que tb tava fora do esquema, ela começou sozinha e foi avisando pros músicos a hora de cada um entrar! No segundo refrão a música estava completa!!! Ela faz as coisas na hora! E nada dá errado!

No fim do show os olhos brilhavam, todo mundo com almas elevadas e comunicativas!!!

Ainda tô no ar...



foto e vídeo feitos por mim

terça-feira, 4 de novembro de 2008

...até que enfim vou te ver pessoalmente...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

.
17/07 - vida noturna
.
Levantei tarde tal era a minha exaustão, e fui almoçar! Esse foi um dia calmo, fui à orla da praia dar uma... uma... orlada!!! Afinal não tinha mais o que ser feito naquela água glacial, o frio do sul começava a se apresentar. Fui à sauna do hotel ouvir todos aqueles homens obesos e senhoris dos pintos murchos falar sobre a lei de trânsito brasileira (isso mesmo, os uruguaios passaaaaaados) e em seguida fui me arrumar para curtir a noite, no dia seguinte era feriado e a cidade estava ardendo em chamas!!!
Fomos à rua Bartolomé Mitre, cheia de bares! O engraçado é que lá não tem essa coisa de lei do silêncio, então você na rua tem a impressão de estar dentro das baladas! Bebemos, conhecemos duas brasileiras bacaníssimas!!! Mas logo fiquei sozinho pois era o único que não estava morto de exaustão - mesmo que estivesse exausto, aquela baderna estava tão confortavelmente convidativa que eu arranjaria um piquezinho a mais! Naquela mesma noite passeei por seis bares:

O primeiro:
- o mesmo em que estávamos, mesas na rua (mesinhas charmosíssimas por sinal), cerveja boooooooooowa para-caralho e vista para a badalação, que por sinal estava bem alemã naquela noite!!!
Engraçado foi quando um deles subiu numa cadeira, abaixou as calças até os joelhos e deixou o pinto cor-de-rosa dele a mostra por cerca de um minuto! Por que não sabemos, a polícia veio com uma certa lentidão sonolenta barrar o rapaz! Queria ver se fosse eu na Alemanha a fazer aquilo... era deportado de calça no joelho e tudo!!!

O segundo:
- perto da orla do Rio de la Plata! Um bar estilo buteco, tomei uma cerveja de um litro lá, fiquei ouvindo música e fumando duzentos cigarros.

O terceiro:
- beeeeeem perto da orla, esse era um estilo alternativo/boêmio/cult/underground, logo, juntando todas essas coisas, era um bar tão escuro que pouco se enxergava!!! Pedi uma cerveja preta e vi uma menina idêntica a uma amiga minha uruguaia-brasileira, uma oportunidade de fazer contato, disse: 
- (sorrindo) Hola! Solo para dicir que tu me recuerdas a una amiga brasileña!!!
- (cara de sono) Como? Recuerdas?
- (cara de 'fiz cagada') Si... recuerdas! "Lembra", comprendes?
- (olhando para fora) Aaah si, recuerdas, bueno!!!
- ...
- ...
- ... (cara de "o que ainda está fazendo aqui brasileiro"?)
- Me voy, gracias!
Fui lá fora arrebentar um pouco mais os meus pulmões, não tinha onde sentar lá dentro! Logo que saí ouvi num bar ao lado música sertaneja (tipo, a mais podre)! Música sertaneja = brasileiros!!! Vou lá!
O quarto:
- Chegando lá sentei com uma galera que também se aproximava e pedi o isqueiro pra uma garota, ela viu que eu enrosquei para falar "ecendedor" e perguntou se eu era brasileiro. Disse que era, que ouvi a música e fui para lá; "não vou falar que a música é ridícula", pensei, "pq ela está aqui ouvindo, finge que é boa"... ela diz pra eu falar lá dentro que sou brasileiro, digo que melhor não. O rapaz termina a música e diz em espanhol: "continuando nosso repertório brega...". Silêncio! Agora a cara de taxo era minha! Era eu (sozinho) que achava aquilo legal na cabeça da garota, o jogo se invertera de modo e velocidade extraordinários, então mais que rápido virei pra ela e disse: "que-bom-que-ele-sabe-que-é-brega!!!" - ela riu. E o cara do violão me começa a tocar Kid Abelha - diz pra eu ficar muda, faz cara de mistério... Não pude me furtar a dizer a ela com olhos laços que esto no és brega en Brasil! Rimos!
Então ele tocou Nos Lençóis Desse Reggae, que adorei e duas outras. A garota que estava do meu lado se levantou para ir ao banheiro, e graças aos deuses foi nessa hora, no momento em que o cara do violão decidiu dizer que "ya estava se acabando esta mierda brasileña"!!! Como assiiiiiiim? O cara conhece tudo e ganha dinheiro naix coixtax da MPB, as pessoas estavam ali super curtindo e ele vem chamar de "mierda"?!
Graças aos deuses a menina tinha entrado pra não ver minha cara de taxo! Esperei mais umas músicas e voltei à rua Mitre.

O quinto:
No mesmo bar onde comecei a noite, mas agora queria entrar e não ficar nas mesinhas do lado de fora. Tava tocando música brasileira lá tb - trauma - rs. Entrei, dancei espremido por mais de uma hora lá! E foi salsa, e foi merengue, e foi axé, e foi funk e eu liiiiindo dançando com aquelas garrafas na mão - lá é normal segurar garrafa na mão, só a de um litro que é a que se toma impreterivelmente na mesa. Saí trançando e fui no da frente, o bar onde o cara baixou as calças.

O sexto:
Fiquei encantado com o telão gigantesco e toda aquela gente bela dançando agarradinho músicas latinas. De repente um cara aponta pra mim e fala no meu ouvido algo mais ou menos assim: ahsjskljgdkd ndjsi... hdfsihjkr['!!! Foi isso o q entendi! Daí ele apontou uma garota, que parecia fazer parte do grupo e dançou com ela como quem diz: "pode dançar, é assim que se faz"! Mas não largou da menina, peguei a que estava do lado, q parecia ser do grupo. Uma menina esquisita, beeeem magra de 1,60m, cabelo crespo curto, boina vermelha tipo reggae gigantesca e um óculos caricatamente fundo de garrafa, além dos dentes projetados pra frente!!! Tentei dançar e conversar com ela, mas ela ficou o tempo todo me olhando com um sorriso estático dançando feito gringa!!! Deixei ela um segundo e fui falar com o rapaz, acho q não entendi o que ele quis dizer, quando encostei nele ele me deu as costas, deu uns três passos, olhou pra trás e me fez um "jóia" (???).
A menina continuava com a mesma cara me esperando! Que gente "freak" - medo!!!

Era 4h30h da manhã e decidi ir para o hotel! Tentaram me assaltar duas vezes no caminho de volta, mas o assalto dos uruguaios é tão sem graça que estava mais fácil eu sair com a grana deles dali! Mas me levaram um cigarro aceso!

Cheguei no hotel e dormi bêbado, feito pedra!!!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Desculpa a demora gente
(se é que alguém se incomodou - rs)


Buenos Aires - 16/07


O ônibus que me levaria à cidade vizinha (Colônia) para pegar o barco certamente já estava na plataforma quando eu acordei no bairro vizinho.

Sonho – despertador – hora – susto – ducha – roupa – perfume – bolsa – documentos – dinheiro – porta – corredor – elevador – portaria – madrugada friiiiiiiiiiiia!!!

Adoro!

Fomos eu e meu cachecol para o ponto de ônibus. Perguntei educadamente – e pau-sa-da-men-te para uma senhora no ponto: hola, por favor, que bus puedo tomar para llegar a Três Cruces? Soy brasilleño y no conosco nada acá!!!

Pensei ter explicado o suficiente, mas dado o grupo de palavras incompreendíveis que vieram a seguir, concluí que ficaria na mão. No entanto, soube aí que eu poderia pegar o 121 e o 024, e descer antes antes do túnel. Pergunto-vos, por quê haveria um túnel numa cidade plana como aquela? Confiei! Eram 6h11, o ônibus sairia às 6h30, eu tinha um circular ainda pra pegar! Pra ajudar o circular andava a quarenta por hora no máximo, numa via vazia. Depois de quase me suicidar de ansiedade com meu próprio cachecol, o motorista me avisa que é lá!!! Corri, e cheguei às 6h27 na plataforma, às 6h29 ligou o motor, às 6h30 em ponto o ônibus saía!

Foi uma viagem bela de duas horas e quarenta minutos, o sol nasceu durante a mesma, naquele terreno plano do Uruguai, e do meu lado do ônibus (olha, vô te contá uma coisa pra você, às vezes acho que vou morrer logo, por que essa viagem foi tão cheia de poesia que parece que os deuses selecionaram tudo a dedo, amo vocês amigos – caso algo aconteça). Ao chegar ao cais, uma deliciosa solicitação em español na imigração: identidad – dei o passaporte: Brasilleño? Tarjeta de imigración (ela falou tão rápido que perguntei umas três ou doze vezes não me lembro ao certo). O caralho dessa tarjeta – cartão – é uma merda de um papel imbecil que a gente recebe na espelunca do avião, pra entrar na porra do país, agora pergunto a vocês, viados e putas leitores de dessa idiotice (rs), eu lá sabia que precisava carregar éixta porrrcaria pra sair do país?

Nunca, jamais soube disso!

Toco cagado, pedi clemência, o cara viu que era minha primeira vez fora e disse educadamente que eu tinha que pagar uma multa (que seria todo o meu dinheiro – pensei, murcho, quase desmaiado já), mas não tive de pagar nada. Entrei belo, louro e japonês para o barco.

Dei tchau a classe turística e fui para a 1a classe – falta de opção na verdade, se não fosse assim eu não viajaria, alem do mais a diferença era bem pouca. O que eram as poltronas da primeira classe??? São maiores que a minha cama quase! Um bom lugar pra fazer minha primeira travessia de barco país – país.

A ida de barco foi inebriante! É uma sensação muito diferente, não é como pegar esses barcos abertões. O Buquebus é um barco bem fechado, como um ônibus grande com lanchonete dentro. E além do mais, chegar no centro de uma cidade que você nunca viu, em outro país, pela água. Uma cidade bela como Buenos Aires, aaaaaaiiii que bons ares! E que belo material humano também - rs.

Minutos depois, lá estava eu perdido naquela cidade com um mapa na mão e tantas possibilidades. Cidade linda!!! Impecável. O antigo e o novo ligados, mas limpos - diferente do centro velho de sampa. Depois (me perdendo e tendo que pedir informações em espanhol) fui direto ao obelisco na 9 de Julio, uma avenida gigante, digamos que ele seja um... um obelisco!!! - rs. Não existe muito o que falar de templos históricos estando tão próximos do nosso país, tudo é mas ou menos da mesma época, mas o material humano... rs.

Ali mesmo, enquando fazia aquela coisa breguíssima de turista, tipo tirar vc mesmo uma foto sua com o monumento no fundo, conheci uma brasileira que ficou comigo o tempo todo lá. Vi o teatro Colón, o Palácio dos Tribunais, o túmulo da Evita, a Rua Alvear (meu Deus... pensa nos demônios do consumismo - quer dizer, não que Deus deva pensar nisso, foi só uma expressão - te atasanando para você afundar seu cartão na lama!!! Isso é a Alvear), nela você acha Chanel, ao lado de Gucci, ao lado de Vuitton ao lado de Laurent, ao lado de... aaah se eu pudesse, meu dinheiro desse, em meu armário coubesse... Outra coisa que me chamou a atenção lá pelas redondezas foi uma árvore que tem na praça em frente ao cemitério da Evita - rs. A árvore é tão grande que ocupa toda a área da praça, só que ela não tem força pra agüentar os próprios galhos (que são troncos na verdade)! Então colocaram paus apoiando os troncos da árvore para que não caiam. 

Em seguida, como não podia deixar de ser, fomos a um café!!! Estranho como tomar um café numa esquina em Buenos Aires é tão... tomar um café numa esquina em Buenos Aires!!! A arquitetura, o clima, as pessoas. Acho que passamos umas duas hora e meia tomando café em dois cafés e fumando. Muita gente pedindo esmola tb, igual aqui! Tudo teria sido perfeito se ela não tivesse me convidado para ir a uma milonga na sexta. Assim como se nada fosse: "Vamos a uma milonga sexta? Você vai enfartar!" Nesta hora eu já estava enfartado, ela estava falando de me levar até alguma maravilhosa casa de tango que estava longe de ser algo para turistas. Onde jovens e velhos se encontram e dançam até o pé sangrar a madrugada toda ao som ao vivo tb!!! Por que ela fez isso? Visto que dali uns 50 minutos eu deveria pegar o metrô que me levaria de volta até o porto.

Nos despedimos, entre convites e promessas de novos encontros peguei o metrô (que custa lá 0,90 centavos - se fosse em reais seria tipo 1,30), que era mais uma sauna seca móvel do que um metrô. Da estação passei pela Casa Rosada, imponente, com sua praça a frente cheia de imagens e recordações de protestos. Uma energia carregada quase poética.

Peguei o barco gastei meus últimos pesos argentinos com refrigerante de pomêlo e empanadas. De volta a Montevidéu!

foto: Porto Madero - Buenos Aires

sábado, 19 de julho de 2008


15/07 - veranillo
.
Hoje conheci a outra parte do centro logo de manhã, assim a tarde ficou livre mas eu sabia bem como preenchê-la; con el Rio de la Plata!!!
O céu está intrigantemente perfeito por aqui! Parece até uma coisa meio "O Show de Trumman", o que me instigou um bocado mais para dar um pilo no rio. Mas antes de falar nisso, é necessário que saibam que o Rio da Prata é gigantesco, a distância de uma extremidade a outra das margens é tamanha que leva 50 minutos para atravessar se as condições climáticas estiverem boas, não se enxerga o que há do outro lado assim como o mar. No entanto, as margens aqui por perto não são muito receptivas. São somente um parapeito que dão direto na água, sem espaço para laser. Ainda assim decidi caminhar por lá quando para a minha surpresa encontrei três bancos de areia, para ilustrar, é como se fossem três micro-mini praias minimalistas - rs, e pedras. As pedras entravam adiante na água, de modo que chegando a última pedra só o que havia em frente era o horizonte. Foi pra lá que eu fui, lógico - naturalmente depois de ter me esborrachado diversas vezes nas pedras limbosas como um mamão em estado de putrefação caindo de uma árvore altíssima!!! Mas cheguei a tal pedra, com a roupa meio verde mas cheguei. Pedras malditas, isso porque eu só pisei no seco hem!
O vento, o rio, os ruídos das marolas quebrando nas pedras ao redor de mim, céu sem uma núvem sequer - ninguém por perto. Fiquei naquela contemplação por uns trinta minutos. Quando dei por conta de que a qualquer momento a maré poderia subir e umedecer as pedras assassinas, o que poderia torná-las desafios potenciais à vida - à minha naquele caso. Fui para outra mais segura, na qual repousei pensando em pessoas, saudades, sonhos e medos, e realizando que estava em outro país, sentindo todas as sensações as quais um repouso, numa pedra em "alto-mar" pode trazer... adormeci por mais ou menos uma hora e meia, a mais bem dormida uma hora e meia da minha vida.
Acordei e ouvi Memórias do Mar da Bethânia, o que me trouxe uma sensação tão boa que passei a outra uma hora e meia ouvindo várias músicas e cantando bem alto!
O sol se pôs, o vento bateu e eu fui pro hotel.

A noite conheci os bares da cidade - luxos!
As calçadas são repletas de mesas fixas, que ficam dia e noite lá, a Stella Artois aqui é de preço popular e foi com ela que me encontrei!!!
Não criando muita espectativa para uma noite de terça, ficamos só uma hora por lá, e comemos uma pizza, até porque no dia seguinte às 5h30 precisava estar de pé. Às 6h30 saía o ônibus que me levaria até o navio, que me levaria à Buenos Aires!!!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

14/07 - curiosidades

 Incrível!!! Numa faixa de pedestres movimentadíssima em frente ao hotel perdi um tempão parado esperando parar de passar carros e ônibus e afins (não tem farol), quando percebi que talvez daria tempo pisei no asfalto, e como num passe de mágica todos pararam! Adorei a brincadeira européia, se pisar numa faixa colega, tooooooooodos param! E normalmente é o carro que cumprimenta se o pedestre deixar passar e não o contrário como no Brasil. Além do mais, os carros aqui andam com as luzes acesas sempre, tipo motos no Brasil. Por que, eu não sei! A claridade aqui é igual ou maior que aí. Estranho né?

Outra coisa, todos os comércios ficam com as portas fechadas e trancadas, TRANCADAS!!! Como assim? Deve ser pelo frio vocês podem pensar, mas hoje aqui tivemos 27 graus, mais que São Paulo hoje. É tão engraçado!!!

 

Hoje, sob um céu dolorosamente azul, conheci o centro histórico de Montevidéu. O centro era circundado por uma muralha também, que foi destruída por volta do fim do século XIX, o portão da muralha é conservado até hoje!!! O centro é um charme, parece um lugar bem europeu e limpo!!! Fui até o mercado do Porto, uma espécie de mercadão só que mais sofisticado, onde eles têm os restaurantes mais 

especializados em Parrilla, que é uma espécie de churrasco, mas servido misturado, um pouco de todos os cortes! Tenho um bocado de fotos pra mostrar. 

Hoje fui procurar luvas tb! Na primeira loja que entrei passei uma vergonhinha de leve porque estava perguntando por luvas tentando transformar a palavra o melhor possível em espanhol, tipo "tiene lubas"? Depois descobri que luvas são "guantes", nada a ver com lubas! Pelo menos luba não significa nada podre como "pinto mucho" ou "bunda suja"; por favor, tens bunda suja? Imagina - rs.

 Fomos jantar num restaurante que tocou horrores de mpb, e só pra frisar, de sobremesa comi Creme Brullé - e quebrei a casquinha igual a Amélie Poulain. O Creme tem gosto de flan mas com textura cremosa, e a casquinha é de açúcar. O sabor é orgasmático!

na foto acima: Rua 18 de julho - umas das principais da cidade que dá acesso à Ciudad Vieja

abaixo: Plaza Constitución onde se situa a catedral da cidade

terça-feira, 15 de julho de 2008

restinho do dia 13 - chegada

Pronto! Primeira surpresa do destino. Entro num guichê para saber como faço ligações a cobrar aqui (pois comprei um cartão de 25 pesos, e ainda faltando 8,22 pesos para acabar ele já bloqueou ligações para celular - ??? - sem querer gastar mais com alguém que se atrasou pra me pegar...). Alicia, a senhora simpática do guichê me cedeu o telefone de lá para ligar(!), desde que fosse rápido! Liguei, agradeci! Ela disse que eu poderia deixar o carrinho com as coisas lá se quisesse dar uma volta(!) - a questão eh que naquela saleta mal cabiam as mesas, e o carrinho ficaria na passagem, mas ela foi tão incisiva, e eu estava tão ávido por dar uma volta que cedi com facilidade! Voltando, perguntei a ela os lugares que eu poderia conhecer em Montevidéu, ela me deu aproximadamente quatro mapas diferentes e perguntou se eu não queria consultar meu e-mail(!) do computador de lá(!!!). Disse que não e ajudei-a a dobrar mapinhas, foi nesse momento também que tristemente soube que estoy muy cerca de Buenos Aires, mas, preferi esquecer essa história!!!
Fiquei um bom tempo com ela, falou-me da filha, da beleza das praias de Salvador e do caos de São Paulo, falei da sensação de pisar fora e dos sonhos no Brasil.
Hora de ir! Me despedi extremamente grato. Mulher simpaticíssima!!! Um perfeito primeiro contato!

O hotel é estonteante, fica na Plaza Independencia, no centro do centro!

na foto: vista do quarto no hotel - Rio de la Plata

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Post para os mais amigos!
 - e para os demais que quiserem morrer de tédio, afinal é só uma narração não poética dos dias que passam!

Escrevo de um café do aeroporto Carrasco no Uruguai. Pisar fora é tudo aquilo que dizem mesmo, é uma sensação bem sutil e delicada por dentro, em que parece que a qualquer momento você vai explodir e vísceras e miolos e ossos e sangue vão sujar a todos em volta de tanto que você parece estufar. É uma delícia! Ou talvez seja algo que eu sempre almejei, sei-lá! Entre toda a exaltação que sinto vem um medo básico (coisa de ser humano); será sempre assim, esse peito estufado e essa sensação de que eu poderia morrer agora, ou é pq é a primeira vez que estou em outro país?

O melhor é responder gracias, buenos, hola. A linguinha de cobrinha trançada entre os dentes!!!
Nem sempre quando se pisa fora a gente saca que está fora, já chamei garçom de "grande" e falei do tempo no elevador - em português, daí logo ouvi um, "si, si, és un tiempo asiqnovodiadeladonuotro", "aaaaaah si, buenas noches" respondi entendendo tanto quanto quem leu! Mas a primeira coisa que me fez cair a ficha foi no ônibus do avião ao aeroporto, o aviso que dizia: "PROHIBIDO FUMAR Y SALIVAR". Um friozinho na barriga por perceber q estava fora del Brazil, e uma gargalhada, o que diabos é salivar? Deve ser cuspir, claro, mas soou tão estranho de início que eu ri! Ainda que seja cuspir, que gente estranha é essa que fica cuspindo no chão das circulares a ponto de sofrer represálias.

Outra coisa engraçada é que o povo aqui adora falar português! Até tentei inglês, mas eles não falam muito. Daí tento arrastar meu aprimoradíssimo espanhol-latino-lusitano cujo alguns de vocês (felizardos) já tiveram o prazer de conhecer, eles logo falam português - me sinto quase um norte americano!!!

Bem, tem mais coisa pra escrever, mas vou postar uma por dia! Vou fazer a linha "diário", já que eh a minha primeira vez fora, posso me dar esse luxo!!!

Obs. soberba: A janela do hotel dá vista para o Rio da Prata!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Gosto!!!

Gosto muito de falar com você!!!

Mas odeio!!!

Odeio meias palavras!!!

!!!

E agora você não responderá nada, pois é o máximo que consegue fazer

sexta-feira, 13 de junho de 2008


- Hoje cê não vai me perguntá?
- O que?
- Se eu te amo?
- Você me ama?
- Ama...?! Bom... qué dizê... cê não tem medo?
- De amá?!
- Isso não é natural. Pode vir um castigo de Deus...
- Deus?...
Toda vez que abandonei meu corpo na ponta aflita dos teus dedos
olhei pra Ele.
E Ele não tava tão carrancudo:
estava um pouco distraído,
como quem finge.
E toda vez que amoleci meu corpo pra tua ansiedade cega e rija
olhei pra Ele.
E Ele não tava tão severo:
estava um pouco atento,
como quem vê.
E toda vez que o centro do meu corpo foi inundado pelo teu prazer
olhei pra Ele.
E Ele não tava tão bravo:
estava tão sereno!
Como quem comunga.

(...)

- Ai se você me perguntasse...
Se só mais uma vez cê me perguntasse
se eu te amo...

- Não posso mais.
Tenho que ir atrás...
do vento.

(e alça vôo
na direção do sol poente)

Trechos de O Pássaro do Poente de Carlos Alberto Soffredini

domingo, 1 de junho de 2008

"Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui
Na primavera futura
.
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma!"

Zélia Duncan


terça-feira, 27 de maio de 2008



mágica...

mágica... mágica... mág...


... e se seguiram histórias de borboletas e margaridas, e a noite foi mágica.


.

O vinho adormecia os lábios, o fondue salgava a língua, e adoçava, e salgava. O cigarro... ah o cigarro... me entende quem se entrega a este prazer-fatal-prazer: um isqueiro falta, um gesto educado, uma pergunta, mundos novos, universos inteiramente novos ávidos para desbravar constelações e galáxias um do outro. Tantos desconhecidos numa noite jovem, tantas confidências, risos e particularidades numa madrugada outrora virgem. O instigante mundo europeu de um, a sonhada América Latina de outro, e a música clássica, e os protestos estudantis e os assuntos que a noite nos trazia à memória sem tempo a perder. E a música tocava, e era cantada e cantada. E a mágica... uma mágica ardendo tão fundo na alma, o motivo pelo qual existo.



Outra noite - outro vinho - outros cigarros - histórias de borboletas e novos caminhos - de margaridas e surpresas - de sinais.
.


Uma vez, houvera entre nós, ainda que poucos soubessem, ao sul, além das fronteiras, mãos doces e talentosas, mãos latinas e francesas. Mãos estas que não poupavam dedos e sonhos para acariciar a audição e o coração de uma doce menina, sua neta, mãos talentosas, moldadas em alabastro com um toque de sonhos e mais sonhos. Era de Chopin a música que as ligava num estreito fio de alma e pra alma, e foi Chopin que tocou no aniversário de sua última despedida. Uma mão sensível tocava o piano de cauda, as mãos daquele que cedeu o espaço tão carinhosamente e sem se dar conta da saudosa melodia que tocava.


.
Ela percebeu saudação da avó, nós nos emocionamos. Era qual uma benção, era uma espécie de mágica que rondava a profunda vista noturna do Ibirirapuera, eram histórias sensíveis, de sonhos, de mágica. Histórias pra poucos.


.
Porque:

"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra".


terça-feira, 20 de maio de 2008


Antes de lerem
o que vem a seguir é importante que saibam; nada, nada que pudessem escrever cantar ou dançar, se fariam palavras minhas tão fiéis quanto estas, parecem sair de meus lábios numa força tão voráz que poderia ser ouvida até no mais fundo do mais profundo oceano:
.
.
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
.
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
.

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
.
Não sei por onde vou,
.
.
Não sei para onde vou
.
.
.
Sei que não vou por aí!


Cântico Negro - José Régio

Imagem do filme "Um Sonho de Liberdade"

sexta-feira, 16 de maio de 2008

PRONTO!!!
Hora de desacreditar e encerrar contratos, hora de rasgar cheques e desvencilhar-me de apertos de mão!
Hora de sair do sonho e me entregar a certas realidades.
Hora de me entregar a outro sonho.
Ponto final e incial, sempre e avante!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

"Não damos pé

Entre tanto tic-tac

Entre tanto Big Bang

Somos um grão de sal

No mar do céu...

.

Calma!

Tudo está em calma

Deixe que o beijo dure

Deixe que o tempo cure

Deixe que a alma

Tenha a mesma idade

Que a idade

do céu"





Idade do Céu - Paulinho Moska

domingo, 20 de abril de 2008

.
.
.
.
"If you kiss me where it's sore
If you kiss me where it's sore
I would feel better, better, better"
.
missings
.
.
.
Valeu por todos os momentos
.
;-)
.
.
.

sábado, 19 de abril de 2008

Selva de concreto




Viver sozinho é como fazer parte de um daqueles programas do Discovery Channel, em que tudo o que os insetos e animais devem fazer é sair à caça de sua presa e fugir do alvo dos predadores. Pode ser que haja uma presa, pode ser que não. Pode ser que haja um predador, pode ser que sim! Então é uma eterna e disputada busca, em que às vezes o estômago ronca, os pés doem e sono falha. Essa é a busca pela liberdade.
Nessa busca intorpecente encontrei leões e hienas, animas peçonhentos, selvas es
curas e belas paisagens. Me senti sozinho enquanto acompanhado e senti que nesta "batata quente", não existe pra quem jogar a bomba, e nem quem me ajudasse a lançá-la longe o bastante. No entanto, muitos estiveram ali sim; a espreita e prontos para ouvir um grito de socorro. Mas a gente é forte, ou se faz de forte, e mesmo no mais fundo abismo, o grito de socorro era sufocado pelo senso de responsabilidade. Me calei, por vezes, aos prantos.
A família pra mim sempre foi algo representativo aos redores deste redemoinho, como estátuas frias de alabastro (exceto minha mãe, a guerreira forte que sempre esteve presente), e eis que pela primeira vez em anos senti um calor que pensava não existir nos laços familiares, um calor de colo e cumplicidade, um calor de quem não espera os gritos de socorro pois te conhecem tão bem que sabem até mesmo a hora que você poderia gritar, e evitam. É o sangue, é como se a dor nas veias de um percorresse pelo outro.
Conheci novamente minha família, e me encantei! Desde os modos, os meios, os risos e a descontração, até o jeito de se preocupar e se mostrar solíscita. É como se depois de crescido reencontrasse seu berço intacto, e te esperando, ainda que você possa não caber mais.
.
Amo a minha família, toda ela, com cada uma das controvérsias e desavenças. Amo a todos eles, e agradeço por terem enchido a minha alma novamente com aquele calor que tem cheiro de café da manhã e bolinhos de chuva.
.
Obrigado por tudo!!! À minha mãe, família de Maringá e Curitiba.
.
Claro que não devo deixar de lado a minha família paulista, esta que ainda que não ouça os gritos no mais profundo de mim, nunca deixaram de estar lá quando ouviram um. São eles:

.
.
Alexandre Bojar
.

Anaflor


André Batista


Daniela Pitteri


Diego Linhares


Laurinha
.

Malu Paiva


Marcelo Bartz


Mayara Medeiros


Nêga Aparecida


Patrícia Galvão


Paula Ristori

Vera Santos
.

Zeni dos Santos
.
Mantenha unido
.
"Eu tenho irmãos e 'uma grande família'
Que se intrometem dizendo o que eu devo fazer
Quero me mandar daqui, quero deixar esse lugar
Então quem sabe eu me esqueça dessas caras esfomeadas
Cansei de compartilhar de tudo pra ter atenção
Serei sempre o palhaço da história
Quero ser diferente
Viver sob minha responsabilidade
Mas 'mamãe' deixou claro
Que eu sempre teria um lugar pra voltar
.
Me matei a maior parte do tempo
Mas a chateação fica lá
Todo mundo é estranho aqui
E a vida na cidade acaba te consumindo
Não faz idéia de como as pessoas podem ser frias
Nunca queira virar as costas
Só dão pra receber em troca
Ansiosas pra saber o quanto cobrar
.
Mas quando eu fico sozinho
E preciso ser amado pelo que sou
E não pelo que querem que eu seja
Meus irmãos e 'família'
Sempre estiveram lá por mim
Temos uma conexão
Em casa é onde o coração deve estar!
.
Quando eu olho pra trás, pra toda dificuldade
E toda chateação que eles me causaram
Ainda assim jamais trocaria se tivesse uma chance
Pois o sangue está acima de quaisquer outras circunstâncias
.
Fique unido com sua família
Eles são a raíz de sua história
Irmãos e família, eles seguram a chave
Do seu coração e sua alma
Jamais se esqueça que sua família é como ouro!"






Música e vídeo: Keep It Together - Madonna